quinta-feira, 14 de maio de 2009

Zen é uma postura religiosa que se baseia na via da meditação como caminho para a consecução da harmonia absoluta entre o ser e o universo. Um aspecto importante é a busca pelo Wabi e pelo Sabi, manifestações da filosofia zen:

Wabi

O Wabi, que pode ser entendido como a simplicidade deve permear o trabalho, ou pelo menos a busca, o elemento ornamental desaparece, sempre no sentido de que o exagero de elementos pode limitar o entendimento sobre a realidade do objeto. É o que discute o segundo cânone da arte chinesa. O Wabi está na pureza do elemento eleito como representação sintetizada e experienciada e na sua significativa representação da essência do objeto.
A beleza de um tronco retorcido demonstrando marcas do tempo ou o musgo verde claro que surge na telha e seca ao sol trazendo uma matiz única é o Wabi.

Sabi

O Sabi poderia ser entendido como o vazio ou ainda gravidade e circunspecção do vazio que rodeia o objeto. Para arte japonesa o belo só o é pela mediação do vazio entre os elementos. Ao contrário do ocidente que visualiza o elemento concreto o oriente pondera o vazio como aquilo dentro do que tudo está inserido, e como tal um elemento verdadeiro que carece de reflexão como algo a ser composto, equilibrado e por decorrência que terá valor expressivo.
A expressividade do vazio notada em trabalhos como o sumi-ê, técnica de pintura monocromática que depende do vazio para compor suas massas mais gerais dos elementos. Impressionantes três quartos de uma obra japonesa chega a ser preenchida pelo vazio e contudo o conjunto resulta de grande riqueza evocadora. É saber rodear o objeto de ‘nada’, numa solidão pictórica absoluta que é eloqüente enquanto expressividade e que se impõe e atrai.

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